Monday, November 16, 2009

Nada. vamos ver | Nothing. We shall see.


Algumas histórias. A do público. A do performer. Um ponto de encontro: sala de espetáculos. Um espaço de expectação, de convivência, de evasão. Um espaço de códigos compartilhados. Um espaço de encontro. Como tornar visível aquilo que está presente e constitui a situação de um espetáculo de dança em um teatro? Como explicitar o óbvio, o já acordado, porém já esquecido na relação espectador e performer?

Em um desenho chamado Nada. Ello dirá. (Nada. Vocês verão.), onde um cadáver escreve a palavra “Nada” em uma pedra, o pintor espanhol Goya faz uma alusão à expectativa diante da morte, da evasão do mundo material e da ausência de divino, de um nada ao qual todos estariam destinados. Um mundo sem Deus. Sem além.

De modo estranhamente similar, o lugar físico do teatro está associado a uma série de expectativas que também produz um certo além, um certo transpor de realidade, de evasão mesmo, onde há a criação de dois tempos, dois campos aparentemente separados, o do performer que age e o do espectador que frui essa ação. Navegando por esses mares, Nada. Vamos ver. gira em torno dos acordos tácitos que existem na partilha comum entre público e performer no espaço físico do teatro durante um espetáculo de dança. Jogando com a expectativa e com os papéis pré-definidos entre espectadores e bailarinos, a peça se aventura ora pela explicitação dos códigos e regimes de atenção presentes numa situação de apresentação, ora pela redefinição temporária dos papéis dos atores responsáveis pela performance nos dois campos que ela envolve: palco e platéia.

Nada. Vamos ver. contou para a sua pesquisa (sob o título provisório de Tempo de Lamento & Tempo de dança) com fundos do Prêmio Klauss Vianna (pesquisa) para a dança, promovido pela Funarte. O projeto também foi selecionado pelo Centro Internacional d´Accueil et d´Éxchanges Les Récollets (Paris, França), onde Ciríaco realizou residência artística durante os meses de julho a setembro de 2008. Em novembro de 2008, o projeto foi apresentado em regime de ensaio aberto no quadro da Ocupação do Teatro Gláucio Gil pelo grupo Coletivo Improviso, durante o Panorama de Dança. Sua estréia nacional ocorreu em fevereiro de 2009 no SESC Avenida Paulista, em São Paulo e sua estréia européia aconteceu em novembro de 2008, no Festival Temps d’Images / Culturgest, em Lisboa.

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Some stories. The public. The performer. A meeting point: the spectacle room. A place of expectation, of conviviality, of evasion. A place of shared codes. How to make visible that which is already present and constitutes the very situation of a performance in a theatre? How to explicit the obvious, what has already been agreed upon, though forgotten, between public and performer? 



In the drawing Nada. Ello dirá. (Nothing. You shall see), where a corpse writes the word "Nada" [Nothing] on a tablet, the Spanish painter Goya alludes to the expectation towards death, the evasion from the material world and the absence of the divine, a void all people seemed destined to. A world without God, without beyond.

In a strangely similar way, the physical space of the theatre is associated to a series of expectations which also produces a certain beyond, a certain transposition of the reality, a shared illusion. In this specific case, two fields are instantaneously created, apparently apart: the stage and the audience.

Nothing. We shall see (2009) premiered at SESC Avenida Paulista, in São Paulo and later at Festival Temps d’Images / Culturgest, in Lisbon. It was awarded Funarte Klauss Vianna Prize and was in residency at Centre International d´Accueil et d´Éxchanges Les Récollets (Paris, France, 2008).


concepção & coreografia
conception & choreography  
Gustavo Ciríaco

criação & performance
creation & performance 
Ignacio Aldunate, Francini Barros, Gustavo Ciríaco, Milena Codeço & Dyonne Boy

assistência de direção & colaboração artística
direction assistance & artistic collaboration
Flavia Meireles

bailarino virtual
virtual dancer
Ignacio Aldunate & Leo Nabuco

vídeos
videos
Gustavo Ciríaco, Ignacio Aldunate, Leo Nabuco

projeto de luz
lightning design
José Geraldo Furtado Gomes

trilha sonora
sound track
Rodrigo Marçal – Aprx

professores 
teachers
Flavia Meirelles, Maria Alice Poppe, Renata Reiheimmer, Joelson Gusson

residências 
residencies
Centre International d’Accueil et d’Échanges Les Récollets / Paris
Ocupação Orquestra Improviso – Teatro Glaucio Gil (Rio de Janeiro)

co-produção
co-production
SESC São Paulo
Culturgest  | Caixa Geral de Depósitos – Lisboa







About Me

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Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil
Rio de Janeiro. I am a performing artist and art maker coming from dance. I love to dialogue with the historical, material and affective context we are immersed in any given situation. As art form, my work goes from multimedia stage conceptual work to convivial and open-air pieces. It strikes me the awareness and fictions arising from the sublime of daily situations, its materiality, the reference points that we cling to and build up our relation to reality and how meaning grows from this. contacts: gustavociriaco@gmail.com | marine@elclimamola.com

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