projecto pensado por VERA MANTERO, ANA BORRALHO & JOÃO GALANTE, RITA NATÁLIO e JOCLÉCIO AZEVEDO
26 e 27 de Abril às 23h30 e 00h30
28 de Abril às 15h30, 16h30, 17h30 e 18h30
29 de Abril às 21h, 22h e 23h
AS APRESENTAÇÕES NO DIA 29, DIA MUNDIAL DA DANÇA, SERÃO DE ENTRADA GRÁTIS!!!
no sub-palco do São Luiz Teatro Municipal, LISBOA/PORTUGAL
SUB-REPTÍCIO (corpo clandestino)
O Artaud disse: “É preciso dar ao ser humano um corpo sem órgãos, só assim o libertaremos de todos os seus automatismos e o restituiremos à sua verdadeira liberdade. Voltaremos então a ensiná-lo a dançar do avesso e esse avesso será o seu verdadeiro direito”.
A Emma Goldman parece que disse: “Se eu não puder dançar na vossa revolução, então não vou”.
O Espinoza perguntou: “O que pode um corpo?”.
Estas são as palavras de ordem do trabalho colectivo SUB-REPTÍCIO (corpo clandestino), que no São Luiz assinala conjuntamente o Dia Mundial da Dança e o Dia da Liberdade, e que levam os seus criadores-intérpretes a transitar para uma sub-região (o sub-palco) e a expor uma ideia de dança: uma dança do corpo todo e de tudo o que o rodeia, que tudo absorve para existir, que tudo cruza e entrecruza, que não separa o corpo do espírito. Que nos diz respeito a todos e que é tu cá tu lá para todos porque todos temos corpo. E experiências com esse corpo: de espaço, de tempo, de liberdade.
Estas premissas levaram-nos à conclusão de que este deve ser um trabalho onde todos possam viver de igual forma a liberdade do seu próprio corpo. Assim, SUB-REPTÍCIO (corpo clandestino) é um convite ao corpo nu, onde usar roupa é opcional para o espectador.
Propomo-nos, e aos nossos espectadores, praticar a nudez e experimentar algo que raramente temos oportunidade de experimentar na nossa sociedade: a nudez sem corar, a nudez sem vergonha, a nudez sem constrangimento. Lançamo-nos um desafio: sentirmo-nos literalmente bem na nossa pele, na nossa pele toda, na pele que temos. Queremos despir (nem que seja por uma hora) uma sociedade que tudo cobre e tudo cobra. “Vergonhas” não são o nosso sexo ou qualquer outra parte do nosso corpo. As verdadeiras vergonhas são (fazer dinheiro com dinheiro e não com trabalho ou produção reais): a especulação financeira; a destruição do planeta e das diversas economias nacionais pela ganância global desenfreada; as empresas multinacionais e a finança globalizada governando o mundo, não sujeitas a sufrágio e substituindo-se aos governos democraticamente eleitos; as filosofias de grupos de pensamento económico tipo Bilderberg ou Sociedade Mont Pelerin, verdadeiros predadores mundiais; o pensamento e práticas de Milton Friedman, expoente destes grupos e ídolo do nosso Ministro das Finanças Vítor Gaspar; etc...
Esta será assim uma dança despida, desformatada, desautorizada, desautorizante, clandestina, estridente e talvez, por isso, possível.
Concepção, co-criação e interpretação: Ana Borralho & João Galante, Joclécio Azevedo, Rita Natálio e Vera Mantero
Co-criação e interpretação: António Júlio, António Pedro Lopes, Catarina Gonçalves, Cátia Leitão, Elizabete Francisca, Francisco Camacho, Gustavo Ciríaco e Tiago Gandra
Desenho de luz: Nuno Meira
Sonoplastia: Rui Dâmaso
Co-produção: O Rumo do Fumo e SLTM
Assistência a produção: Mónica Samões e Isabel Pinto Coelho
Agradecimentos: Espaço Alkantara, Bar MUV, Clube Naturista do Algarve, Clube Naturista do Centro, Editora Antígona, Rita Brás e Sociedade Portuguesa de Naturalogia